sexta-feira, 16 de abril de 2010

Amor de prima

Lembrei-me de um amor especial. Tinha 19 anos quando nasceu uma prima e logo de pequena começou a frequentar a minha casa, penso que com 3 meses ela já ficava lá. Claro que eu nada percebia de bebés, não tenho irmãos e nunca tinha vivido de perto com um! Fazia-me confusão uma "coisinha" tão pequenina, tão frágil e tinha sempre receio de lhe tocar! Aos poucos fui ganhando confiança e com ela aprendi a tratar de um bebé! Aprendi a mudar a fralda, a dar banho, a dar a papa (quantas e quantas vezes enganei-a que era a última colher e os aviõezinhos que tinha de fazer), adormecê-la era sempre uma aventura muita engraçada, tinha de contar histórias (inventadas por mim) quase que eu adormecia primeiro que ela! Foram momentos únicos, maravilhosos! Com ela aprendi a dividir o meu espaço, pois o meu quarto também era o dela, não foi fácil, porque como filha única nunca soube o que era dividir, partilhar o que era só meu!
Recordo-me de quando ela começou a andar, era mais correr do que andar, ela caiu, estava comigo, mas foi tudo tão rápido, que nada consegui fazer para evitar aquela queda. Não ficou magoada mas assustou-se e deixou de andar, eu passados 2 ou 3 dias como ela ainda não tinha voltado a andar, fui uma noite para a casa dela, e sózinhas no quarto da irmã, tentei que ela voltasse a andar, segurava-lhe e incentivava e claro que a J. voltou a andar e a partir desse dia não deixou mais! Foi uma grande vitória para mim, sentia-me "culpada" da queda, porque não evitei-a!
Ela adorava ver desenhos animados (eu também adorava e ainda gosto) e passávamos horas, as duas, ela sempre sentada no meu colo (muitas das vezes quase deitada), a ver os desenhos, muitas vezes adormecia, ali no meu colo, nos meus braços!
Vivi sensações, experiências únicas, sentia-a como minha filha e não só como uma prima! Tinhamos uma cumplicidade incrivel! As partidas que fazíamos à irmã, ela defendia-me sempre, dizia que não era eu!
Chamava-a de meu "vendaval" era terrivel, muito irrequieta, como é normal uma criança ser, mas muito querida, muito meiga!
Infelizmente perdi o contacto com ela, faz este ano 15 anos, já está uma mulher e não acompanhei o seu crescimento. Sei que as crianças nunca devem pagar e sofrer com o que os adultos fazem, mas infelizmente é assim! Adoro o meu vendaval, são muitos anos e recordações, experiências únicas que vivi com ela! Adoro-te minha querida, por um motivo ou por outro estás sempre no meu pensamento mas estás todos os dias no meu coração!

4 comentários:

  1. Fiquei muito contente ao voltar a ver um comentário teu no meu blogue! inda mais contente fiquei por perceber que há aqui um começar de novo!

    Beijinhos!

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  2. Já ando por aqui e... Gostei do blogue, hehehe!...

    Beijinhos ;P

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  3. Podes sempre tentar criar laços fortes agora...

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  4. que bonito esse amor.

    Eu tive um sobrinho que vi crescer desde o dia que a mãe soube estar grávida. Foi o meu primeiro sobrinho... mas a relação que tinha com o tio dele terminou. E eu, de início ainda lá aparecia em casa, mas achei que era confusão a mais para a cabeçinha daquele menino.

    Eu não o esqueço, tenho memórias dele, muito ternas e únicas, mas tive que pensar nele.

    Sei que está no 2º ano... fogo já sabe as letras e segundo o que a mãe me disse, está enorme. Quase que lhe chega ao ombro.

    Meu menino dos olhos verdes :)

    quando às vezes falo dele, ainda me corre uma lágrima. Mas a vida é assim!

    Beijocas minha querida.

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